A Bíblia fornece uma rica tapeçaria de profecias e narrativas sobre os tempos do fim, e um dos tópicos mais intrigantes e frequentemente debatidos é o destino de Israel. A questão de saber se Israel será atacado nos tempos do fim está fundamentada em várias escrituras proféticas, e entender essas passagens requer um exame cuidadoso e nuançado.
Para começar, a Bíblia realmente fala sobre um período significativo de turbulência e conflito envolvendo Israel nos tempos do fim. Este período é frequentemente associado à Grande Tribulação, um tempo de angústia sem paralelo profetizado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Uma das principais fontes dessa profecia é o Livro de Daniel. Daniel 12:1 afirma: "Naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que protege o seu povo. Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde o início das nações até então. Mas naquele tempo o seu povo—todos cujo nome está escrito no livro—será liberto."
O Livro de Ezequiel também fornece uma descrição vívida de um ataque nos tempos do fim a Israel. Os capítulos 38 e 39 descrevem uma coalizão de nações liderada por Gog de Magog que virá contra Israel. Ezequiel 38:8-9 diz: "Depois de muitos dias você será convocado para a guerra. Nos anos futuros você invadirá uma terra que se recuperou da guerra, cujo povo foi reunido de muitas nações para os montes de Israel, que há muito estavam desolados. Eles foram trazidos das nações, e agora todos vivem em segurança. Você e todas as suas tropas e as muitas nações com você subirão, avançando como uma tempestade; você será como uma nuvem cobrindo a terra."
Essa profecia indica que Israel será reunido das nações e experimentará um período de relativa paz antes dessa invasão. A identidade de Gog e das nações envolvidas nessa coalizão tem sido objeto de muita especulação e debate entre os estudiosos. Alguns sugerem que essas nações representam uma futura aliança de países hostis, enquanto outros as veem como simbólicas das forças do mal alinhadas contra o povo de Deus.
O Novo Testamento também aborda o conflito dos tempos do fim envolvendo Israel. No Discurso do Monte das Oliveiras, Jesus fala de um futuro período de grande tribulação. Mateus 24:15-16 diz: "Assim, quando vocês virem ‘o sacrilégio terrível’, de que falou o profeta Daniel, no Lugar Santo—quem lê, entenda—então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes." Esta passagem se refere à profecia de Daniel e sugere um tempo em que Jerusalém e a região circundante estarão em grave perigo.
O Livro do Apocalipse fornece mais informações sobre esse cenário dos tempos do fim. Apocalipse 16:14-16 descreve a reunião dos reis da terra para a batalha do Armagedom: "São espíritos de demônios que realizam sinais milagrosos, e eles vão aos reis de todo o mundo, para reuni-los para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso... Então os reuniram no lugar que em hebraico é chamado Armagedom." Esta reunião é frequentemente interpretada como uma batalha final e climática envolvendo as forças do mal contra Deus e Seu povo, incluindo Israel.
Apocalipse 20:7-9 também fala de um ataque final ao "acampamento do povo de Deus, a cidade que ele ama," que muitos interpretam como uma referência a Jerusalém: "Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações nos quatro cantos da terra—Gog e Magog—a fim de reuni-las para a batalha. Em número, são como a areia do mar. Eles marcharam por toda a largura da terra e cercaram o acampamento do povo de Deus, a cidade que ele ama. Mas desceu fogo do céu e os devorou."
É importante reconhecer que essas profecias são frequentemente expressas em linguagem simbólica e imagens apocalípticas, o que pode tornar a interpretação desafiadora. No entanto, um tema comum emerge: Israel enfrentará oposição significativa e ataque nos tempos do fim, mas, em última análise, Deus intervirá para libertar Seu povo.
O significado teológico dessas profecias é profundo. Elas ressaltam a ideia de que a história está se movendo em direção a uma confrontação climática entre as forças do bem e do mal. Para muitos cristãos, essas profecias afirmam o controle soberano de Deus sobre a história e Seu plano final de redenção e restauração. O conflito dos tempos do fim envolvendo Israel é visto não apenas como um evento geopolítico, mas como uma manifestação da luta cósmica entre Deus e Satanás.
Além disso, essas profecias destacam a importância duradoura de Israel no plano redentor de Deus. Apesar de períodos de dispersão e perseguição, o papel de Israel nos tempos do fim sublinha a fidelidade de Deus às Suas promessas de aliança. Romanos 11:25-26 fala de um tempo futuro quando "todo o Israel será salvo," indicando que a aliança de Deus com Israel permanece intacta e será cumprida no futuro escatológico.
Na escatologia cristã, a resolução final desse conflito é encontrada no retorno de Jesus Cristo. Apocalipse 19:11-16 descreve o retorno triunfante de Cristo como um rei guerreiro que derrotará as forças do mal e estabelecerá Seu reinado: "Vi o céu aberto, e diante de mim estava um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Com justiça ele julga e guerreia. Seus olhos são como chamas de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas... Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: rei dos reis e senhor dos senhores."
Em conclusão, a Bíblia realmente fala de Israel sendo atacado nos tempos do fim. Este ataque faz parte de uma narrativa mais ampla de conflito escatológico e intervenção divina. Embora os detalhes exatos e o momento desses eventos estejam sujeitos a interpretação, a mensagem geral é clara: Deus está no controle, e Seus propósitos para Israel e o mundo serão finalmente cumpridos. Para os cristãos, essas profecias servem como um lembrete da esperança e segurança encontradas no plano soberano de Deus e no retorno prometido de Jesus Cristo.