Quem será julgado de acordo com suas obras no dia do julgamento?

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O conceito do Dia do Julgamento, também conhecido como o Dia do Senhor, é um tema significativo na escatologia cristã. É o dia em que Deus julgará os vivos e os mortos, um dia de acerto de contas e justiça divina. De acordo com a Bíblia, todos serão julgados de acordo com suas obras no Dia do Julgamento, mas a natureza e o resultado desse julgamento serão diferentes para crentes e não crentes.

No livro do Apocalipse, o apóstolo João fornece uma descrição vívida do Dia do Julgamento. Apocalipse 20:11-12 (NVI) afirma: "Então vi um grande trono branco e aquele que estava sentado nele. A terra e os céus fugiram de sua presença, e não havia lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, que é o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, conforme registrado nos livros." Esta passagem enfatiza que todas as pessoas, independentemente de seu status ou posição, estarão diante de Deus e serão julgadas com base em suas ações.

Para os crentes em Cristo, o julgamento será principalmente uma avaliação de suas obras para determinar recompensas. O apóstolo Paulo aborda isso em 1 Coríntios 3:12-15 (NVI): "Se alguém constrói sobre este alicerce usando ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, sua obra será mostrada pelo que é, porque o Dia a trará à luz. Será revelada com fogo, e o fogo testará a qualidade do trabalho de cada pessoa. Se o que foi construído sobreviver, o construtor receberá uma recompensa. Se for queimado, o construtor sofrerá perda, mas ainda será salvo - como alguém escapando através das chamas." Aqui, Paulo usa a metáfora dos materiais de construção para ilustrar que a qualidade das obras de um crente será testada pelo fogo. Aqueles trabalhos que são valiosos e duradouros resultarão em recompensas, enquanto aqueles que são inúteis serão queimados. No entanto, a salvação do crente está segura, pois é baseada na fé em Jesus Cristo e não em obras (Efésios 2:8-9).

Além das recompensas, os crentes também serão responsabilizados por suas ações. 2 Coríntios 5:10 (NVI) afirma: "Pois todos devemos comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que lhe é devido pelas coisas feitas enquanto estava no corpo, sejam boas ou más." Este versículo indica que os crentes enfrentarão uma avaliação pessoal por Cristo, que julgará suas ações e motivações. Embora seu destino eterno esteja assegurado, este julgamento determinará a extensão de suas recompensas e responsabilidades no reino eterno.

Para os não crentes, o julgamento será uma determinação de seu destino eterno com base em sua rejeição de Cristo e suas ações. Apocalipse 20:13-15 (NVI) continua: "O mar entregou os mortos que nele estavam, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles estavam, e cada pessoa foi julgada de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Qualquer um cujo nome não foi encontrado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo." Esta passagem revela que aqueles que não aceitaram Cristo serão julgados de acordo com suas ações, e seus nomes não serão encontrados no livro da vida. Como resultado, eles enfrentarão a separação eterna de Deus, simbolizada pelo lago de fogo.

O julgamento das obras para os não crentes é ainda apoiado pelo ensino de Jesus em Mateus 25:31-46 (NVI), onde Ele descreve o julgamento final usando a metáfora das ovelhas e dos bodes. Nesta passagem, o Filho do Homem separará os justos (ovelhas) dos injustos (bodes) com base em suas ações para com os outros, particularmente os menores de Seus irmãos e irmãs. Os justos herdarão a vida eterna, enquanto os injustos irão para o castigo eterno. Esta parábola destaca a importância de ações compassivas e justas, pois refletem o relacionamento de alguém com Cristo.

É importante notar que, embora as obras desempenhem um papel significativo no julgamento, elas não são a base da salvação. A salvação é um dom da graça de Deus, recebido pela fé em Jesus Cristo. No entanto, as obras são a evidência de uma fé genuína e o meio pelo qual os crentes demonstram seu amor por Deus e pelos outros. Tiago 2:17 (NVI) afirma: "Da mesma forma, a fé por si só, se não for acompanhada de ação, está morta." A verdadeira fé naturalmente produzirá boas obras, que serão reconhecidas e recompensadas no Dia do Julgamento.

Na literatura cristã, o julgamento de acordo com as obras é frequentemente discutido no contexto da justiça e misericórdia de Deus. C.S. Lewis, em seu livro "Cristianismo Puro e Simples", escreve: "Não haverá espaço para vaidade então. Veremos a nós mesmos como realmente somos e seremos encontrados como ovelhas ou bodes, não pelo que dissemos, mas pelo que fizemos." Lewis enfatiza que nossas ações revelam a verdadeira natureza de nossos corações e nosso relacionamento com Deus.

Da mesma forma, o teólogo N.T. Wright, em seu livro "Surpreendido pela Esperança", discute o julgamento escatológico à luz da justiça restauradora de Deus. Wright argumenta que o julgamento final não é meramente sobre retribuição, mas sobre colocar as coisas no lugar certo e trazer a renovação final da criação. Ele escreve: "O ponto do julgamento final não é meramente punir os malfeitores, mas trazer o mundo à ordem, colocar as coisas em seus devidos lugares."

Em resumo, o Dia do Julgamento envolverá o julgamento de todas as pessoas de acordo com suas obras. Os crentes serão julgados para determinar suas recompensas e responsabilidades no reino eterno, enquanto os não crentes serão julgados com base em sua rejeição de Cristo e suas ações. Este julgamento destaca a importância de viver uma vida que reflita uma fé genuína e amor por Deus e pelos outros. Embora as obras não sejam a base da salvação, elas são a evidência de uma vida transformada e serão reconhecidas e recompensadas por Deus no Dia do Julgamento.

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