Em que idade a confirmação é tipicamente realizada e por quê?

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A confirmação é um rito significativo na tradição cristã, particularmente dentro das denominações que praticam o batismo infantil, como o catolicismo, a ortodoxia e alguns ramos do protestantismo. Este sacramento serve como uma afirmação madura da fé pelo indivíduo, que muitas vezes foi batizado quando criança, antes de poder afirmar conscientemente suas crenças. A idade em que a confirmação é administrada, bem como o raciocínio teológico por trás desse momento, varia entre diferentes denominações cristãs e contextos culturais.

A Idade Típica para a Confirmação

Na Igreja Católica Romana, a confirmação é geralmente administrada a crianças entre 7 e 16 anos. A idade exata pode variar muito dependendo das políticas do bispo local. O Código de Direito Canônico, Cânon 891, sugere que o sacramento deve ser conferido por volta da idade da discrição, a menos que haja uma estipulação diferente pela conferência dos bispos. A idade da discrição é geralmente entendida como a idade da razão, que é tipicamente em torno de sete anos. No entanto, muitos bispos e dioceses optam por administrar a confirmação a crianças mais velhas, muitas vezes quando estão no início da adolescência, para garantir uma compreensão mais profunda e um compromisso mais pessoal com a fé.

Na Igreja Ortodoxa Oriental, a confirmação (conhecida como Crismação) é administrada imediatamente após o batismo. Esta prática destaca uma ênfase teológica diferente da Igreja Ocidental—nomeadamente, a unidade dos sacramentos de iniciação (batismo, crismação e a Eucaristia). Assim, na Ortodoxia, até mesmo os bebês recebem a crismação logo após o batismo.

Entre as denominações protestantes, a prática e a compreensão da confirmação podem variar significativamente. Para aqueles que praticam a confirmação, como luteranos e anglicanos, geralmente ocorre quando a criança tem entre 12 e 14 anos. Esta faixa etária é escolhida para garantir que o jovem seja maduro o suficiente para entender e professar a fé de forma independente, coincidindo com o início da adolescência.

Considerações Teológicas e Práticas

A variação na idade para o ritual de confirmação entre diferentes tradições cristãs não é apenas uma questão de política eclesiástica, mas está profundamente enraizada em considerações teológicas e pastorais.

  1. Desenvolvimento da Fé Pessoal: A confirmação é vista como uma afirmação pessoal do que foi professado em nome do indivíduo no batismo. Como tal, é apropriado que o confirmando esteja em uma idade em que possa entender os compromissos que estão sendo feitos. Esta compreensão é crucial, pois a confirmação envolve a renovação dos votos batismais, que incluem renunciar ao pecado e professar a crença na fé cristã conforme articulada no Credo dos Apóstolos.

  2. O Papel do Espírito Santo: A confirmação é frequentemente entendida como o fortalecimento do indivíduo pelo Espírito Santo. O Novo Testamento relata em Atos 8:14-17 que os Apóstolos impuseram as mãos sobre novos crentes para receberem o Espírito Santo. Esta imposição de mãos é espelhada no processo de confirmação, significando a importância de ser espiritualmente maduro o suficiente para receber e cooperar com a obra do Espírito Santo na vida de alguém.

  3. Educação e Catequese: Muitas denominações exigem um período de instrução antes da confirmação. Esta catequese tem como objetivo educar o indivíduo nos fundamentos da doutrina cristã e nos ensinamentos e práticas específicos de sua denominação. A idade em que a confirmação é administrada muitas vezes coincide com a conclusão desta educação religiosa formal.

  4. Fatores Culturais: Em muitas culturas, certas idades são tradicionalmente vistas como o limiar da idade adulta ou maior maturidade. As idades de confirmação muitas vezes se alinham com esses marcos culturais, marcando assim não apenas a maturidade religiosa, mas também uma maior maturidade social e familiar.

Fundamentos Escriturísticos e Tradicionais

A prática da confirmação, embora não detalhada explicitamente nas Escrituras, é apoiada por princípios bíblicos e pelas tradições da Igreja primitiva. A imposição de mãos, como mencionado, é um ato escriturístico que significa a impartição do Espírito Santo (Hebreus 6:2). Os Padres da Igreja primitiva, como Santo Ambrósio e São Cirilo de Jerusalém, escreveram sobre cerimônias que se assemelham à confirmação, enfatizando sua importância e eficácia.

Em conclusão, a idade em que a confirmação é tipicamente realizada varia de acordo com as práticas denominacionais e os ênfases teológicos. Seja administrada na primeira infância, como nas Igrejas Orientais, ou na adolescência, como em muitas Igrejas Ocidentais, o sacramento da confirmação desempenha um papel crucial na jornada cristã de fé. Marca um momento crucial de compromisso pessoal com Deus, fortalecido pelo Espírito Santo e afirmado pela comunidade da Igreja. Como tal, é uma expressão profunda da obra contínua da graça na vida de cada crente.

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