Quais são os principais ensinamentos em 1 Coríntios capítulos 11 e 14?

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A primeira carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios é um documento notável que aborda várias questões dentro da igreja cristã primitiva em Corinto. Os capítulos 11 e 14, em particular, mergulham em questões de adoração e ordem comunitária. Esses capítulos fornecem ensinamentos essenciais sobre os papéis dentro da igreja, a prática da Ceia do Senhor e o uso de dons espirituais, especialmente a profecia e o falar em línguas. À medida que exploramos esses ensinamentos, veremos como Paulo visa promover a unidade, reverência e edificação dentro do corpo de Cristo.

1 Coríntios Capítulo 11: Ordem na Adoração e a Ceia do Senhor

Coberturas de Cabeça e Papéis de Gênero

Paulo começa o capítulo 11 abordando a questão das coberturas de cabeça na adoração. Ele escreve:

"Mas quero que saibam que o cabeça de todo homem é Cristo, o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus" (1 Coríntios 11:3, ESV).

O ensinamento de Paulo aqui é frequentemente interpretado como uma afirmação de uma ordem divinamente instituída, enfatizando a importância de reconhecer e respeitar esses papéis dentro da igreja. No contexto cultural de Corinto, as coberturas de cabeça eram um sinal de honra e decoro. Paulo encoraja as mulheres a cobrirem suas cabeças enquanto oram ou profetizam como um sinal de respeito por seus maridos e pelos anjos (1 Coríntios 11:10). Por outro lado, os homens são instruídos a não cobrirem suas cabeças, refletindo sua relação direta com Cristo.

Esta passagem não é apenas sobre aparências externas, mas sobre a atitude do coração de submissão e respeito. Paulo enfatiza que tanto homens quanto mulheres são interdependentes no Senhor (1 Coríntios 11:11-12). Assim, enquanto mantêm símbolos culturais de honra, o ensinamento mais profundo é sobre respeito mútuo e reconhecimento da ordem de Deus.

A Ceia do Senhor

Paulo então passa a abordar questões relacionadas à Ceia do Senhor, repreendendo os coríntios por suas práticas divisivas e irreverentes:

"Quando vocês se reúnem, não é a Ceia do Senhor que comem. Pois, ao comerem, cada um toma a sua própria ceia antes dos outros. Um fica com fome, outro se embriaga" (1 Coríntios 11:20-21, ESV).

As refeições comunitárias da igreja primitiva, que incluíam a Ceia do Senhor, haviam se tornado ocasiões de divisão em vez de unidade. Membros mais ricos se banqueteavam enquanto membros mais pobres passavam fome, minando a própria essência do sacramento. Paulo lembra os coríntios da tradição que ele recebeu do Senhor:

"Pois eu recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: 'Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim.' Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim'" (1 Coríntios 11:23-25, ESV).

Paulo enfatiza a sacralidade da Ceia do Senhor, instando os crentes a se examinarem antes de participar para evitar comer e beber julgamento sobre si mesmos (1 Coríntios 11:27-29). A Ceia do Senhor é um ato profundo de lembrança e proclamação da morte sacrificial de Jesus até que Ele venha novamente (1 Coríntios 11:26). É um momento de autoexame, arrependimento e unidade, refletindo o corpo de Cristo.

1 Coríntios Capítulo 14: Dons Espirituais e Adoração Ordenada

A Superioridade da Profecia sobre as Línguas

No capítulo 14, Paulo aborda o uso de dons espirituais, particularmente a profecia e o falar em línguas. Ele começa encorajando os coríntios a buscar o amor e desejar ardentemente os dons espirituais, especialmente a profecia (1 Coríntios 14:1). Paulo contrasta os dois dons:

"Pois quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende, mas em espírito fala mistérios. Por outro lado, quem profetiza fala aos homens para edificação, encorajamento e consolação" (1 Coríntios 14:2-3, ESV).

Falar em línguas, a menos que interpretado, é ininteligível para a congregação e, portanto, não a edifica. A profecia, no entanto, edifica a igreja ao fornecer mensagens claras e compreensíveis que encorajam e fortalecem os crentes. A principal preocupação de Paulo é a edificação da igreja. Ele afirma:

"Assim também vocês, já que estão ansiosos por manifestações do Espírito, procurem abundar na edificação da igreja" (1 Coríntios 14:12, ESV).

Paulo não proíbe o falar em línguas, mas insiste que deve ser acompanhado por interpretação para que toda a congregação possa ser edificada (1 Coríntios 14:27-28). O princípio subjacente é que todas as coisas devem ser feitas para a edificação da igreja.

Adoração Ordenada

Paulo enfatiza ainda a importância da adoração ordenada. As reuniões da igreja em Corinto haviam se tornado caóticas, com várias pessoas falando em línguas ou profetizando simultaneamente. Paulo instrui:

"Pois Deus não é Deus de confusão, mas de paz. Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres devem ficar em silêncio nas igrejas. Pois não lhes é permitido falar, mas devem estar em submissão, como também diz a Lei" (1 Coríntios 14:33-34, ESV).

Esta instrução tem sido objeto de muito debate e interpretação. Alguns estudiosos sugerem que Paulo está abordando uma questão específica na igreja de Corinto, onde algumas mulheres podem ter estado interrompendo o serviço. Outros argumentam que Paulo está chamando para um princípio geral de ordem e respeito durante a adoração. Independentemente da interpretação, a principal lição é a necessidade de manter a paz e a ordem nos serviços de adoração.

Paulo conclui o capítulo reiterando a importância da ordem:

"Mas todas as coisas devem ser feitas decentemente e com ordem" (1 Coríntios 14:40, ESV).

Este princípio garante que a adoração seja conduzida de maneira que honre a Deus e edifique a congregação.

Integrando os Ensinamentos

Os ensinamentos em 1 Coríntios capítulos 11 e 14 destacam a preocupação de Paulo com a reverência, unidade e edificação dentro da igreja. No capítulo 11, Paulo aborda a necessidade de respeito e ordem na adoração, enfatizando a importância da Ceia do Senhor como um ato unificador e sagrado. No capítulo 14, ele se concentra no uso adequado dos dons espirituais, defendendo práticas que edificam a igreja e mantêm a adoração ordenada.

Esses ensinamentos são tão relevantes hoje quanto eram no primeiro século. Eles nos lembram que nossas práticas de adoração devem refletir nossa reverência a Deus e nosso amor uns pelos outros. Quer estejamos participando da Ceia do Senhor ou exercendo dons espirituais, nosso objetivo deve ser sempre honrar a Deus e edificar o corpo de Cristo.

Ao refletirmos sobre esses capítulos, esforcemo-nos para cultivar um ambiente de adoração que seja respeitoso, ordenado e focado na edificação da igreja. Ao fazer isso, honramos os ensinamentos de Paulo e, mais importante, o Senhor a quem servimos.

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