Sim, Jesus previu Sua própria morte e ressurreição, e este é um aspecto significativo de Seu ministério conforme registrado nos Evangelhos. A previsão de Sua morte e ressurreição destaca o plano divino de salvação e o cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Ao prever esses eventos, Jesus não apenas preparou Seus discípulos para o que estava por vir, mas também demonstrou Seu conhecimento e autoridade divinos.
No Evangelho de Mateus, Jesus prevê explicitamente Sua morte e ressurreição em várias ocasiões. Um dos casos mais notáveis ocorre em Mateus 16:21, onde está escrito: "Desde então, Jesus começou a explicar a seus discípulos que ele deveria ir a Jerusalém e sofrer muitas coisas nas mãos dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos mestres da lei, e que ele deveria ser morto e no terceiro dia ressuscitar." Esta passagem é significativa porque marca um ponto de virada no ministério de Jesus. Após a confissão de Pedro de Jesus como o Messias, Jesus começa a revelar todo o escopo de Sua missão, que inclui sofrimento, morte e, finalmente, ressurreição.
Da mesma forma, no Evangelho de Marcos, Jesus faz várias previsões sobre Sua morte e ressurreição. Em Marcos 8:31, está escrito: "Ele então começou a ensinar-lhes que o Filho do Homem deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos mestres da lei, e que ele deve ser morto e depois de três dias ressuscitar." Aqui, Jesus usa o título "Filho do Homem", um termo que carrega profundas conotações messiânicas e ligações com as profecias no livro de Daniel (Daniel 7:13-14). Ao usar este título, Jesus está se alinhando com a visão profética de um salvador que sofreria e seria glorificado.
O Evangelho de Lucas também registra as previsões de Jesus sobre Sua morte e ressurreição. Em Lucas 9:22, Jesus diz: "O Filho do Homem deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos mestres da lei, e ele deve ser morto e no terceiro dia ressuscitar." Esta previsão é consistente com os relatos em Mateus e Marcos, enfatizando a necessidade e inevitabilidade desses eventos como parte do plano redentor de Deus.
O Evangelho de João, embora não seja tão explícito em suas previsões, ainda contém referências claras ao conhecimento prévio de Jesus sobre Sua morte e ressurreição. Por exemplo, em João 2:19, Jesus diz: "Destruam este templo, e eu o levantarei novamente em três dias." Enquanto Seus ouvintes entendem mal que Ele está falando do templo físico, João esclarece que Jesus estava falando sobre Seu corpo (João 2:21). Esta declaração metafórica aponta para a consciência de Jesus sobre Sua morte e ressurreição iminentes.
Além disso, em João 10:17-18, Jesus fala de Sua autoridade sobre Sua vida e morte: "O motivo pelo qual meu Pai me ama é que eu dou a minha vida - para retomá-la novamente. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho autoridade para dá-la e autoridade para retomá-la novamente. Este mandamento recebi de meu Pai." Aqui, Jesus não apenas prevê Sua morte e ressurreição, mas também enfatiza Sua autoridade divina e a natureza voluntária de Seu sacrifício.
As previsões da morte e ressurreição de Jesus não se limitam às Suas declarações diretas. Elas também são prefiguradas em Suas ações e ensinamentos. Por exemplo, a Última Ceia, conforme descrita nos Evangelhos Sinópticos (Mateus 26:26-29, Marcos 14:22-25, Lucas 22:14-20), serve como um prelúdio comovente para Sua morte sacrificial. Jesus parte o pão e compartilha o vinho, simbolizando Seu corpo e sangue, que serão dados para o perdão dos pecados. Este ato de comunhão não apenas antecipa Sua morte iminente, mas também aponta para a nova aliança estabelecida através de Sua ressurreição.
Além disso, as previsões da ressurreição de Jesus estão alinhadas com as profecias e tipologias do Antigo Testamento. O servo sofredor em Isaías 53, que é "transpassado por nossas transgressões" e "esmagado por nossas iniquidades", prefigura a morte sacrificial de Jesus. Da mesma forma, o sinal de Jonas, que Jesus menciona em Mateus 12:40, serve como uma previsão tipológica de Sua ressurreição: "Pois assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra."
Os discípulos, no entanto, lutaram para entender e aceitar as previsões de Jesus. Em Mateus 16:22-23, Pedro repreende Jesus por falar de Sua morte, ao que Jesus responde: "Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim; você não tem em mente as coisas de Deus, mas apenas as coisas dos homens." Esta troca destaca a incapacidade inicial dos discípulos de compreender a necessidade do sofrimento e ressurreição de Jesus como parte do plano salvífico de Deus.
Após a ressurreição de Jesus, a compreensão dos discípulos se aprofunda. Em Lucas 24:6-7, quando as mulheres visitam o túmulo de Jesus e o encontram vazio, os anjos lembram-nas das previsões de Jesus: "Ele não está aqui; ele ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galileia: 'O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e no terceiro dia ressuscitar.'" Esta lembrança ajuda os discípulos a conectar as palavras de Jesus com a realidade de Sua ressurreição, transformando sua tristeza em alegria e sua confusão em fé.
O cumprimento das previsões de Jesus sobre Sua morte e ressurreição é central para a fé cristã. Como Paulo escreve em 1 Coríntios 15:3-4, "Pois o que recebi, passei a vocês como de primeira importância: que Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, que foi sepultado, que ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras." A morte e ressurreição de Jesus não são apenas eventos históricos, mas também verdades teológicas que formam a base da mensagem do Evangelho.
Em conclusão, Jesus de fato previu Sua própria morte e ressurreição, e essas previsões estão registradas nos quatro Evangelhos. Através de Suas previsões, Jesus preparou Seus discípulos para os eventos que se desenrolariam, demonstrou Sua autoridade divina e cumpriu as profecias do Antigo Testamento. A morte e ressurreição de Jesus são centrais para a fé cristã, oferecendo esperança e salvação a todos os que creem.