Qual é o novo mandamento que Jesus deu?

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No Novo Testamento, o conceito de um "novo mandamento" dado por Jesus é um ensinamento profundo e transformador que encapsula a essência de Seu ministério e o coração da ética cristã. Este mandamento é encontrado no Evangelho de João, especificamente em João 13:34-35, onde Jesus diz aos Seus discípulos:

"Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros." (João 13:34-35, NVI)

Este mandamento não é inteiramente novo no sentido de que o chamado ao amor está presente no Antigo Testamento. Por exemplo, Levítico 19:18 instrui: "Ame o seu próximo como a si mesmo." No entanto, o mandamento de Jesus é novo em sua profundidade, seu modelo e suas implicações.

A Profundidade do Novo Mandamento

O mandamento de amar uns aos outros como Jesus nos amou introduz um novo padrão de amor. O amor de que Jesus fala não é meramente um sentimento ou um conceito abstrato; é um amor ativo, abnegado e sacrificial. Este é o amor ágape, um amor que busca o bem-estar dos outros mesmo a um grande custo pessoal. Jesus exemplificou este amor através de Suas ações e, em última análise, através de Seu sacrifício na cruz.

Em João 15:12-13, Jesus reitera este mandamento e fornece mais clareza sobre sua natureza:

"O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos."

O amor de Jesus é caracterizado pela humildade, serviço e auto-sacrifício. Isso é demonstrado vividamente quando Ele lava os pés de Seus discípulos, um ato que era tipicamente realizado pelo servo mais baixo de uma casa (João 13:1-17). Ao lavar os pés deles, Jesus não apenas ensinou sobre servidão, mas também modelou o tipo de amor que coloca os outros em primeiro lugar.

O Modelo do Novo Mandamento

O novo mandamento está ancorado no exemplo do amor de Cristo. Jesus não apenas nos diz para amar; Ele nos mostra como amar. Toda a Sua vida e ministério são um testemunho desse amor. Desde curar os doentes e alimentar os famintos até perdoar pecadores e acolher os marginalizados, as ações de Jesus demonstraram consistentemente um amor que transcende barreiras sociais, culturais e religiosas.

A expressão máxima desse amor é encontrada na cruz. Em Romanos 5:8, Paulo escreve:

"Mas Deus demonstra seu próprio amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores."

A morte sacrificial de Jesus na cruz é o ápice do amor divino. É um amor que é incondicional e imerecido, um amor que nos alcança mesmo quando somos indignos. Este é o amor que Jesus ordena que Seus seguidores emulem.

As Implicações do Novo Mandamento

O novo mandamento tem profundas implicações para a comunidade cristã e para o mundo. Jesus afirma que nosso amor uns pelos outros será a marca definidora de Seus discípulos:

"Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros." (João 13:35)

Isso significa que a credibilidade de nosso testemunho para o mundo depende de nossa capacidade de amar como Jesus amou. A comunidade cristã primitiva levou este mandamento a sério. Em Atos 2:42-47, vemos um retrato de uma comunidade devotada à comunhão, ao compartilhamento e ao cuidado mútuo. O amor deles uns pelos outros era tão evidente que atraía outros para a fé.

O Apóstolo João, em sua primeira epístola, expande este tema do amor. Ele enfatiza que o amor não é opcional para os cristãos; é essencial. Em 1 João 4:7-12, ele escreve:

"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho unigênito ao mundo para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; mas, se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós."

As palavras de João ecoam o mandamento de Jesus e sublinham o vínculo inseparável entre conhecer a Deus e amar os outros. Nosso amor uns pelos outros é um reflexo do amor de Deus por nós, e é através desse amor que a presença de Deus se manifesta no mundo.

Vivendo o Novo Mandamento

Viver o novo mandamento requer um coração transformado pelo Espírito Santo. Não é algo que possamos alcançar por nossos próprios esforços. Em Gálatas 5:22-23, Paulo lista o fruto do Espírito, com o amor sendo o primeiro mencionado:

"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio."

À medida que nos rendemos ao trabalho do Espírito em nossas vidas, somos capacitados a amar os outros da maneira que Jesus ordena. Isso envolve ações práticas como perdoar aqueles que nos ofendem, servir os necessitados e edificar a comunidade de fé.

Além disso, esse amor se estende além da comunidade cristã para o mundo em geral. Jesus nos chama a amar nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem (Mateus 5:44). Esse amor radical nos desafia a derrubar barreiras de hostilidade e preconceito e a buscar reconciliação e paz.

Conclusão

O novo mandamento que Jesus deu—amar uns aos outros como Ele nos amou—é um chamado a um amor radical, abnegado e sacrificial. É um amor que é modelado na vida e morte de Jesus e é capacitado pelo Espírito Santo. Este amor é a marca do verdadeiro discipulado e o meio pelo qual o mundo nos reconhecerá como seguidores de Cristo. À medida que nos esforçamos para viver este mandamento, participamos da obra contínua do reino de Deus, trazendo Seu amor e luz a um mundo em desesperada necessidade de ambos.

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