O que acontecerá com aqueles que receberem a marca da besta?

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O Livro do Apocalipse, o livro final do Novo Testamento, é um texto profundo e profundamente simbólico que tem fascinado e intrigado os cristãos por séculos. Um dos elementos mais enigmáticos e amplamente discutidos no Apocalipse é a "marca da besta". A questão do que acontecerá com aqueles que receberem essa marca é de grande importância, pois toca em temas de lealdade, julgamento e destino eterno.

As passagens relevantes no Apocalipse que discutem a marca da besta são encontradas principalmente em Apocalipse 13:16-18 e Apocalipse 14:9-11. Em Apocalipse 13, lemos sobre uma besta que surge da terra e que obriga todas as pessoas, independentemente de seu status social ou econômico, a receber uma marca na mão direita ou na testa. Esta marca é identificada com o número 666, que é descrito como o número de um homem. O propósito desta marca é significar lealdade à besta, e sem ela, os indivíduos não podem comprar ou vender.

Apocalipse 13:16-18 (ESV) afirma:

"Também faz com que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, recebam uma marca na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, a não ser que tenha a marca, que é o nome da besta ou o número do seu nome. Isso exige sabedoria: que aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem, e seu número é 666."

A marca da besta, portanto, não é meramente uma marca física, mas um símbolo de lealdade e submissão final à besta, que representa a oposição a Deus e a Seu Cristo. No contexto do Apocalipse, a besta é frequentemente entendida como um símbolo de poder político opressivo ou uma manifestação da influência satânica no mundo.

As consequências para aqueles que recebem a marca da besta são terríveis e eternas. Apocalipse 14:9-11 fornece uma descrição vívida e sóbria do destino que os aguarda:

Apocalipse 14:9-11 (ESV) afirma:

"E outro anjo, um terceiro, seguiu-os, dizendo com voz alta: 'Se alguém adorar a besta e sua imagem e receber uma marca na testa ou na mão, também beberá do vinho da ira de Deus, derramado com toda a força no cálice de sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre na presença dos santos anjos e na presença do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre, e não têm descanso, dia ou noite, esses adoradores da besta e sua imagem, e quem quer que receba a marca do seu nome.'"

Esta passagem deixa claro que aqueles que recebem a marca da besta enfrentarão a medida completa da ira de Deus. A imagem de beber o vinho da ira de Deus "derramado com toda a força no cálice de sua ira" transmite a intensidade e a completude do julgamento divino. O tormento descrito como sendo com fogo e enxofre, e a fumaça do seu tormento subindo para sempre, enfatiza a natureza eterna deste castigo. Não há descanso, nem alívio, nem escape para aqueles que se alinham com a besta.

Teologicamente, este julgamento reflete a consequência final da idolatria e rebelião contra Deus. Ao receber a marca, os indivíduos estão fazendo uma escolha consciente de rejeitar Deus e adorar a besta. Esta decisão não é trivial; significa uma lealdade e compromisso profundos com as forças do mal. Como tal, o julgamento é tanto justo quanto merecido.

Ao entender esta passagem, é essencial reconhecer o contexto bíblico mais amplo da justiça e misericórdia de Deus. Ao longo das Escrituras, Deus é retratado como um juiz justo que não pode tolerar o pecado e a rebelião. Ao mesmo tempo, Ele também é um Deus de amor e misericórdia, que deseja que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento (2 Pedro 3:9). O aviso contra receber a marca da besta serve como um chamado ao arrependimento e à fidelidade a Deus.

A marca da besta também pode ser contrastada com o "selo de Deus" mencionado anteriormente no Apocalipse. Em Apocalipse 7:3, lemos sobre o selamento dos servos de Deus em suas testas. Este selo significa a propriedade e proteção de Deus sobre Seu povo. Aqueles que são selados por Deus são separados e preservados de Sua ira. Este contraste destaca a escolha clara apresentada no Apocalipse: alinhar-se com Deus e receber Seu selo ou alinhar-se com a besta e receber sua marca.

Apocalipse 7:3 (ESV) afirma:

"dizendo: 'Não danifiquem a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos selado os servos do nosso Deus em suas testas.'"

A escolha de receber a marca da besta é, em última análise, uma escolha de adoração e lealdade. No final, é uma questão de a quem se servirá. O próprio Jesus falou sobre a impossibilidade de servir a dois senhores (Mateus 6:24), e o Apocalipse leva esta verdade à sua conclusão final. Aqueles que escolhem servir à besta e receber sua marca estão escolhendo rejeitar Deus e Seu governo legítimo sobre suas vidas.

Na literatura cristã, a marca da besta tem sido interpretada de várias maneiras. Alguns a veem como uma marca literal ou tecnologia que será usada nos tempos finais. Outros a interpretam simbolicamente, representando uma realidade espiritual mais ampla de lealdade e adoração. Independentemente da interpretação específica, a mensagem subjacente permanece a mesma: a marca da besta significa uma rejeição de Deus e um abraço do mal.

À luz disso, o chamado aos cristãos é permanecer fiel e vigilante. Apocalipse 14:12-13 fornece uma exortação aos santos para perseverarem e guardarem os mandamentos de Deus e sua fé em Jesus:

Apocalipse 14:12-13 (ESV) afirma:

"Aqui está a perseverança dos santos, aqueles que guardam os mandamentos de Deus e sua fé em Jesus. E ouvi uma voz do céu dizendo: 'Escreva isto: Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor de agora em diante.' 'Bem-aventurados, de fato,' diz o Espírito, 'para que possam descansar de seus trabalhos, pois suas obras os seguem!'"

Esta passagem encoraja os crentes a perseverarem em sua fé, mesmo diante da perseguição e provações. A promessa de bênção e descanso para aqueles que morrem no Senhor contrasta fortemente com o tormento eterno daqueles que recebem a marca da besta. Serve como um lembrete de que a fidelidade a Deus, mesmo até a morte, é recompensada com vida eterna e paz.

Em conclusão, aqueles que recebem a marca da besta no Apocalipse enfrentam a ira completa e eterna de Deus. Este julgamento é uma consequência de sua escolha deliberada de rejeitar Deus e alinhar-se com as forças do mal. A imagem vívida e aterrorizante de seu tormento sublinha a seriedade desta decisão. Para os cristãos, o chamado é permanecer fiel a Deus, resistir ao apelo da besta e perseverar em sua fé, sabendo que sua recompensa final é a vida eterna com Cristo.

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